Todos os anos, o dia mundial da sobrecarga provoca uma consternação em mim. Perceber que a cada ano estamos consumindo mais do que o planeta pode prover causa uma indignação. É não é algo novo. Na verdade, é até difícil estimar há quantos anos estamos no vermelho com a Terra. Nós, seres humanos, podemos calcular com exatidão o uso excessivo dos recursos do nosso planeta, mas continuamos a não conseguir implementar as soluções necessárias – e que conhecemos.
Em vez disso, falamos sobre emergências climáticas e catástrofes naturais, além de criarmos listas vermelhas que documentam a extinção de espécies. Todas essas ações como consequências das mudanças climáticas provocadas pela ação dos homens.
E quando falamos em uso dos recursos naturais, precisamos evidenciar a demanda e consumo desigual dos recursos no planeta. A utilização dos recursos naturais, por exemplo, entre um alemão, um brasileiro e um indonésio, é muito desigual e também diz muito sobre o nosso modelo hegemônico de desenvolvimento. Para termos uma noção do desbalanço, o dia de sobrecarga da Alemanha foi 2 de maio, enquanto o do Brasil é 4 de agosto e o da Indonésia apenas no dia 24 de novembro.
Mediante este cenário, é possível chegar a decisões políticas que ainda podem nos salvar? Estamos em um momento decisivo para o planeta. Ainda há como revertermos a situação, e temos como exemplo os pequenos passos, projetos realizados por nossos parceiros e suas redes em todo o mundo, que fazem diferença. Precisamos de mais atenção a essas iniciativas, fortalecendo medidas e projetos com protagonismo dos povos do campo, da cidade e das florestas. E precisamos de mais, principalmente dos governos e dos setores privados! É preciso que haja uma aliança forte e efetiva entre tomadores de decisão e a sociedade civil organizada, com protagonismo com povos originários e da floresta, para que consigamos mudar o rumo do planeta, fazendo com que o Dia da Sobrecarga da Terra chegue mais tarde a cada ano. Até que voltemos a estar em harmonia e balanço com a natureza. O momento é agora!